sábado, 18 de dezembro de 2010

"O Alan já tentou matar o Ximenez"

"O Alan já tentou matar o Ximenes"

Não foi na praça
não foi no parque.
Foi no pátio
que o Alan tentou matar o Ximenes

sábado, 19 de junho de 2010

"Algumas idéias são mais fáceis de serem tidas em japonês creolo"

"Algumas idéias são mais fáceis de serem tidas em japonês creolo"

No meu português
ninguém nunca disse nada;
foi somente num outro idioma
que caço-me-aram por ser dependente
de uma conjunção adversativa
que viciava meu pensamento
impe-o-dindo voar de o quanto potenci-eu-ava

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"Devia ser"

Devia ter a urna eletrônica de quatro em quatro anos
pra votar na seleção
primeiro você vota no esquema tático 4-3-3, 5-4-1, 4-2-2-2, 4-5-1 etc

depois vai preenchendo
"Quem vai na ponta direita?"
romário- 2445
cada jogador tem um cadastro
"quem vai no gol?"-pergunta a urna eletrônica
guilherme-6557

por aqui a fora,

sabia-se de cor e salteado
a própria opinião
(só que agora guardava-se-a em segredo.)

"Passos de formiga"

"Passos de formiga"

As formigas estão comendo as baratas
as formigas já estão comendo as baratas
e os cachorros estão a milênios
comendo só comida de mariquinha

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Desejar bundinha"

"Desejar bundinha"

Antes de desejar bom dia
o costume era se desejar bundinha
-"Bundinha pra você, mamãe; bundinha pra você, papai!"
-"Bundinha pra você, filhinho!"

A expressão bom dia
deriva de uma expressão chamada bundinha
-"Bundinha pra você meu bem..."
[beijinho]
-"Bundinha pra você também, meu amor, e bom trabalho!"
-Obrigado!

Nas situações em que hoje se diz
bom dia, boa tarde, boa noite,
na época se dizia bundinha
-"A nossa equipe agradece,
e deseja aos senhores
uma bundinha"

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Parei de usar drogas (agora cultuo o diabo)"

"Parei de usar drogas (agora cultuo o diabo)"

Parei de usar drogas,
o ininterrupto gosto pela vida estava me fazendo covarde.
Parei de usar drogas,
a rigorosa harmonia de meus dias estava esterilizando minha criatividade.
Parei de usar drogas,
o intenso prazer de viver estava me excluindo para a marginalidade das minorias.
Parei de usar drogas,
pois pra mim a paz é pouco,
pra mim o bem não basta.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Diálogos cortêzes

Cavalheiro 1 –“Por favor, caro valheiro,
me daria um minuto?
Não me pode àquele canto
receber em reservado?”

Cavalheiro 2 – “Dito assim,
como não?
Vamos lá.
Pois não?”

Cavalheiro 1 –“Somente o queria ciente
que sua risada
me muito incomoda.
Custaría-le comedimento
se eu estivesse
presente na roda?”

Cavalheiro 2 –“Dito assim,
cavalheiro,
como não?”

Cavalheiro 1 –“Sua própria pessoa me irrita
E me causam desgosto seus modos
Seus gestos, seu tom de voz,
desanimam o meu bom humor.
Não lhe posso pedir que reprima,
nem irás reprimir, que eu sei,
nenhum lado sequer do seu ser,
em nenhum momento sequer.
O ponho, apenas, ciente
de que em ambos estando presentes
desgostoso hei de estar.
Como nunca lhe fiz mal,
imagino se interesse
o seu Subconsciente
estar sempre posto à par.”

Cavalheiro 2 –“Muito bem.
Dito assim, cavalheiro,
muito bom.”

Cavalheiro 1 –“Imagino que agora
talvez lhe possa ofender,
mas pra não lhe ter segredos
digo, sem provocação.
Nada peço, nada tenciono.
Bom seria, me ocorreu,
comer o cu da sua mãe.”

Cavalheiro 2 –“Pois bem, cavalheiro.
Ora, ora, não me ofende.
Tampouco me agrada, é claro.
Tampouco algo muda, contudo,
quanto a como quero vê-lo.
Seria, sem dúvida, injusto
p´ra com quem não quer segredos
arrumar sempre inimigos
por ousar tentar não tê-los.
Vá em paz, meu caro irmão,
mais agora do que antes.
E de mim, nunca duvides,
que o tenho como antes.”

"Aberto até tal hora" / "A velhice"

"Aberto até tal hora"

Os apartamentos acordados
flutuam neônicos na neblina
Era uma neblina expessa
e uma tosse expessa bradava térrea
clamando pelo verão

**

"A velhice"

O que é que essas palavras caretas
estavam fazendo dentro
da maciçamente louca
tinta da minha caneta?

domingo, 25 de abril de 2010

Mais poemnas sobre a impotência

Mais poemnas sobre a impotência

"Educação sexual"

Primeiro
pra mim
meter
era gozar;

logo, meter,
pra mim
era    não  gozar...

Depois, meter,
pra mim, passou a ser
não gozar e dar prazer.

Hoje, pra mim,
meter
é ficar de pinto duro.
E ponto.

**

"Alta incidência de brochas"

O certo era dar um tempo?
ou correr contra o tempo?

**

"Senão difícil"

Quem me comeu
enquanto eu era fácil
me comeu
Agora não sou mais fácil
sou difícil

Ainda bem que deu
pra curtir bem a mocidade
enquanto meu pinto ainda ficava duro

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Frescura

Fico em dúvida se meu corpo merece um papel tão bom.
Rasgo só um quadradinho;
dobro e uso de novo,
dobro e uso de novo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Oração para Jesus"

"Oração para Jesus"

Óh, novo Jesus,
dos novos fiéis,
nos dê boas mentes!
Não atenda a mais ninguém
que peça prosperidade, e que se explodam:
só atenda aos que pedirem boas mentes

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O LIVRO DA IMPOTÊNCIA (+ apêndice >2021.i)









"O Livro da Impotência", por Subaco









**











"...mas eu não vou ficar me decepcionando por anos até me conformar:
admito que sou brocha,
e me aposento de minha carreira sexual 
para doravante me dedicar exclusivamente à arte."








 **





Prefácio

Depois da brocha seus olhos se abrem.
Assim como na hora da morte
a sua vida inteira passa diante dos seus olhos,
na hora da morte de seu pênis
a sua vida sexual inteira passa diante dos seus olhos.
Você vai se lembrando dos seus melhores momentos
e se dando conta de que, meu deus, poderia muito bem ter falhado em cada um deles,
poderia ter não vivido cada um desses pedaços da sua vida;
e de repente se assombra desse terrível retroplatonismo,
que é um misto de alívio nostálgico
com um decepcionante frio na barriga de toda negra insegurança do que foi e poderia ter não sido (na figura da musa do prólogo, alegoria que sintetiza o "filme" da EQM) - e de tudo o que ainda não foi que pode continuar sem nunca ser (nas projeções do capítulo único).
No epílogo, o eu-lírico, já completamente assexualizado, analisa uma faceta do tabu do sexo e de suas implicações evolutivas no imaginário de herança cultural, com uma frialdade intolerante e uma antipatia revoltosa só possíveis no império da assexualidade estrita.


**

Prólogo 

________

I

"Declaração de insaciação"

Nunca mais vou tomar banho
e nem escovar os dentes
pra se eu fôr ficar doente
ser das suas bactérias, morêna


________

II

"Esquizofrenîa"

Nenhum
la viu
além
de mim,
'qui querente
q'ela volte.
Mais provável q'ela volte
s'ela for de carne osso ou
se só há'la em minha mente?


_________

III

"esquizofrenîa II"

E quem não é esquizofrênico?.
Por acaso as côres que você vê
são realmente as côres das coisas?.
E os sons que você não escuta?.
. Uma beterraba é mais real
para quem gosta de beterraba
ou para você que não gosta?
:
Não importa, e não importa
se você existe ou não:
nosso coito reina soberano
ne minha melhor lembrança

___

_________________________


**

Capítulo único


I

"Primeira brocha"

E na hora que eu ficar na mão de vez?
Querido diário,
ontem tive minha primeira brocha.
Foi legal até,
(mas bem que poderia ter aparecido uma ereção
por um segundo que fosse...)


__________

II

"Primeira brocha II"

Ái, se eu pudesse



voltar no tempo





e ficar de pinto duro...


_________

III

"Segunda brocha"

Sim, sim,                                                  
por dois pontos passa apenas uma reta:   
Segunda brocha:                                      
posso afirmar                                           
que serei brocha para sempre.                  

Por dois pontos passa apenas uma reta,     
posso afirmar                                            
que se ela não for mais capaz de ficar reta, 
, posso chorar,                                              
porque não passa nunca mais.                  


________

IV

"Terceira brocha"
                  
Oh, quatro ventos!
dos quatro cantos!,
ventai aqui neste pinto mole!, 
 e não para le insuflar vida,
mas para le secar o sêmen
e le disseminar a infâmia!

Oh, quatro ventos!
dos quatro cantos!,
maldigai-me aos quatro ventos
nes orêlhas das mendigas
ás rainhas dos parlamentos
dos quatro cantos do mundo e do planeta
p'ra que a dor da rejeição, até a morte
me ofusque de amargar a pior sorte
su'jacente em um solteiro impotente...

Oh, quatro ventos vindos
dos quatro cantos do mundo,
poupai-me, vós, de uma quarta brocha.


_______

V

"Primeira brocha 3"

Um estranho em minha cama, um inimigo
- um pinto mole.
Uma lagartixa gélida,
e um saquinho gélido gelando minha coxa:
por acaso de minhas cuecas de dormir
repito a mais largona delas
nesses dias de pós brocha.

Um estranho em minha cama, um inimigo
Um ninho de larvas alienígenas
, ou um indolente alienigenazinho humanóide
, pisca os olhos remelentos
, espreguiça os joelhos e vira de bruços, piscando pesado:
Um estranho em minha cama,
um pinto mole


______

VI

"Impotência"

Sái daqui, seu sem podêr.
Sái daqui, seu sem porvir.
Pare de desejar nossas mulheres
, pois as horas são poucas,
os dias em noite são poucos
, e elas, puras criaturas,
não merecem aprender tão cedo
o pêso que pode existir
em cada
pequena
decisão.

_______

 VII

"Cozy lagartixa"

Meu pinto mole mija bem
como um pinto vivo;
 meu pinto mole mija bem
como um pinto vivo;
meu pinto mole mija bem
como um pinto vivo...
repito eu por entre os dentes,
abraçando forte os joelhos junto ao peito
sozinho quarto madrugada luz acesa
sentado no travesseiro descalço,
pra frente e pra trás suando frio
olhos arregalados pro vazio.
"...meu pinto mole mija bem
como um pinto vivo;
meu pinto mole mija bem
como um pinto vivo...",
tento inutilmente
esmigalhar o osso do joelho com os dentes
tento fender o couro do meu joelho
mas não quero ver sangue
nem sei que existe sangue
-o sangue de que eu tanto precisava estagnado...
as doenças mais terríveis
não decorrem de cortes nem de fraturas expostas-
Não tento arrancar minha perna pela base
pois o desencaixe me parece natural
-minha perna já não sou eu-;
mordo meu joelho com um doentio vigor sexual
chafurdo em saliva e ranho
suor frio e, por fim, lágrimas
quarto vazio e lâmpada incandescente:
minha perna não é outra pessôa...
, meu joelho desfigurado
dói menos que meu choro convulso,
e meu pinto mole
não dói nem chora
nem sente nada.


_______

VIII

"O ano da brocha"

O ano em que todos os coitos
serão sem penetração
sempre sem tração
sem em pé nem ação
empurra e puxa
empurra e puxa
aa duras penas
sempre nem tração
[caneta, papel
risco risco risco
nem mesmo esse poema
vai ficar pronto desta vez]

_______

**

Epílogo

"Fêmea desengonçada"

Não seja assim, fêmea desengonçada
não entre em depressão só por ter completos 30 anos
solteirona e sem filhos.

Não seja como as umas
que com 30 anos não desquitam mais
por mero em nome da conveniência.
Só porque você não nasceu para o amor-encantado
não se rebaixe a amargar a ausência também
deste vil amor amálgama
de costume + conveniência
que é ensinado à sua desgraçada raça
e praticado por seus desgraçados irmãos e irmãs.

Esqueça o sexo e, em tempo,
esqueça a beatitude, sem dúvida.
Não acredite no quaternário ciclo da vida
-nasce cresce reproduz morre-
pois o ciclo da vida só é natural para os seres naturais
e o homem que chega a 6 bilhões de indivíduos
já é artificial a muitas gerações.

Esqueça sua cultura, fêmea desengonçada
não acredite nas capas de revistas;
não acredite que as topmodels são bonitas
porque elas são, isso sim, é levinhas demais
, homens desengonçados.

Não sejes fanáticos, raça desengonçada
a pingueponguear de extremo a outro
em sucessivas dialéticas geracionais
não bote fé nas freiras, servîs,
e não reze por filhos a quem servir.

Não repudie a própria desnorma
repudie sim a monogamia dos cartórios
pois a monogamia autêntica é tão minoria quanto o amor-encantado
e o amor-encantado que existe,
caminha mesmo com as pernas
e não com os papéis
(assim como todas as outras, não menos dignas, formas de amor)

Se leminski não tirou RG é porque ele sempre soube muito bem quem ele era.
Se você sonha com cartórios e com papéis é porque nunca se perguntou quem é você
e nem outra pergunta nenhuma.







**
Fim de "O Livro da Impotência"

**

APÊNDICE 2022 - MC Fofo Calibre - o Embaixador brocha da camisinha



1-
"Lucas sem pênis" (à Lukas Strobel)

Lucas sem pênis
meteu saco
meteu saco
sem pênis meteu saco
Lu-ca-ssem pênis
meteu saco
meteu saco
meteu
Lucas..... 


2-
"Bola dento"

MC Fofo Calibre - o Embaixador brocha da camisinha

Pra que eu seja vetor de saúde, 
a camisinha me foi revelada

Foi-me-lha re-desvelada,
estava oculta e voltou pra casa
voltou pra pica,
igual a parceira - esteve alienada e voltou pra pica.

Voltaram pra torneirinha
se tá dura, é camisinha
se fracassou, eu sei fracassar,
e enrolo a gata no meu papo de adão e eva
que o pau tá mole tem motivo - tá protestando

o pau qué no mé, o pau quer no mel,
quer na baba da beiça
o pau tá mole tem motivo,
meu pau tá querendo no periguinho contigo
mas as cabeças de cima já vetaram o periguinho à priori
sou embaixador da camisinha
então esteja mole também e relaxa comigo
que se ele estralar é bola dentro
*
(botar/pôr)pô pica é arte
sou Michelangelo, eu bato mármore
bota angulo no quadril - a pica corre de ângulo
e mais tarde espelha pro outro lado, mas tem chão
milímetro por milímetro de pika
*

"Embaixador da Metrópole"

São Paulo, bussanha!
Não é interior!
é a porra da Metrópole!
Quantos quarteirões vc consegue meter na capital 
até contrair a primeira deformação genital?

Como embaixador brocha da camisinha,
meto a arte do pau, a arte de fuçar ângulo, fuçar ritmo
a arte de fuçar milímetro com o pau na xota
mas se brochar, sempre poderei dizer: meu pau deu de ficar mole quando ele sabe que vou por camisinha: e eu já falo isso logo pq 
agora vc já sabe mais que os homens


2-
"Num mato sem cachoirro"

Eu sei ser broxa.

Sem pau na mão, lambi lentamente

Num mato sem cachorro, precisei curtir as minas. 
Curtir genuíno. Dates agradabilíssimos.
Risadas conversas, eu s
ei ser broxa.
sem pau na mão.
sem mau na mão.
sem pau no mato 
sem pai nem mãe
num mato sem cachoirro

3-

"Haikai do batima"

lambi como pude, o mais lentamente possível,

pra nunca precisar ficar cansado

desmarcaram dates com minas

pra preferir minha mamada clitoriana

4-
5-
6-




quinta-feira, 1 de abril de 2010

Parta com Deus

"Parta com Deus"

Morava no sítio
eu minha mãe
incontáveis irmãos
um pai velho, sentado,
fumando paiero,
(uma manta jogada
pelo joelho)

Parta com Deus
Parta com Marta

Se matava um porco,
e não tinha arroz
e não tinha feijão
nóis ia na roça,
rancava mandioca,
e comia com carne.
E se dava um verme,
ninguém percebia
(a barriga crescia)
e menas comida se recebia

Parta com Deus
Parta com Marta
Leve o que é seu
E o raio que o parta

Um sexo

E depois de umas semanas me comendo por séculos,
e arregaçando de me lamber por dentro com a língua, com as gengivas e com o lado de dentro do nariz,
então no primeiro dia que ele acordou cedo
ele acordou muito mais cedo de repente
e me disse pondo as calças fumando
que no final das contas eu não passava e uma menina perebenta, com um óculos feio.

(inspirado na cena do banheiro do filme "Mar de rosas" (1977) Ana Carolina)

quinta-feira, 25 de março de 2010

"Racha haxixada"

"Racha haxixada"

Essa ponta tá mais melada do que cona de muler no cio,
disse o mal-resignado resineiro;
"Pode crê", desconversou o japonês, em outra vibe.

Se entenderam no winning eleven, quietos
e dormiram aonde deu

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cabeça de jornal

"Cabeça de jornal"

Marchem, formigas,
com passos de formiga
com pernas de formiga
e cabeça de jornal

Persistam, formigas
em casas de formiga
em castas de formiga
e comidas de formiga

Insistam nas fileiras
existam lineares
esqueçam os vetores
floresçam escalares
uns de vocês são mais
outros de vocês são menos
modulem-se apenas num sinal
enquadrem o indistinto eterno limbo
em seus inútetérnos bem e mal

"Astrologênese"

"Astrologênese"

O rei copulava
sob autorização dos astrólogos
para não gerar descendentes retardados.
Assim surgiu a astrologia
e tudo o mais de novidade:
gente poderosa
dando de comer
à gente com vocação
para algo o qual não
existia até então.

"O desequilibrista"

"O desequilibrista"

Eu sou o desequilibrista
Eu não derrubo,
eu deixo cair sem querer
Eu acho massa
É ação e reação
Que o chão aplica no corpo
e o corpo aplica no chão
As vezes quebra,
as vezes amassa,
e eu curto pra caralho
As vezes nada acontece
e eu me sinto aliviado

O não-petisqueiro

"O não-petisqueiro"

Não sei petiscar.
Sucos os tomo de um gole.
Não sei petiscar.
Ou eu falo de boca cheia mesmo
ou então nem falo.
Não sei petiscar.
Bitucas dispensam isqueiros.
Todos os ingeríveis são pipoca.

terça-feira, 2 de março de 2010

"Quilos de dois olhos"/ "Humblioca"/ "Prómotor"

"Quilos de dois olhos"

O bizarro homem dito canceroso
que tinha quilos dos olhos
(cresecentes com o avanço
de seu quadro característico)
Via mais ou via menos?
, curilzavam os curiosos
-"Vejo mais", sim respondeu.
Vê mais micróbios
ou vê mais galáxias?
, só 1 curioso capaz,
mas que foi simpatizado
por um sorrisinho cheio de nove hora:
Tchan tchan tchan tchan!....

**

"Humblioca"

Não aguento não aguento mais cavar
mas atraso meu tabalho em meia pá
só pra te cobrir de terra, minhoquinha

**

"Prómotor"

O bizarro Homem-Promessa
não aguenta não aguenta mais cavar

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Quem só dorme quando o sono chega (acorda antes do sono se ir)"

Acordei pelo telefone.
E nem era pra mim,
nem soube redormir.
Nem tinha dormido bem
nem morava com ninguém.
Morava com o telefone.

Corrúptero

Corrúptero, o presidente alado
teve votos porque teve asas

Corrúptero,o pastor alado
tem devotos porque teve asas

Corrúptero, o roquistar alado
vende discos porque teve asas

e o profeta que escreve com o rabo,
fez sucesso no gugu,
entre gente que não sabe ler

"Indústria cosmética(refrão punk)"

Querem me obrigar a estar comendo detergente
Eu não lavo o prato
Eu não lavo o prato

E eu não sou doente

"Otimizamento vital"

Uso a agenda como bloco de notas
Aproveito os dias vazios para as idéias

poemas ruins e filosóficos que não teem nem título

O cachorro mijou uma gotinha,
então mijou porque quis.
Mas não foi no cantinho
mijou no meião.
Ou queria dominar o mundo,
ou estava com infecção de urina.
Ou nasceu sem saber sentir cheiro,
e cresceu sem nunca haver sentido cheiro.

**

Porque uma frieira só pode
aparecer em um pé ao mesmo tempo?
Porque os pés tomam banho juntos
e calçam pareados
Mas os pés de uma mesma pessoa
são diferentes

domingo, 14 de fevereiro de 2010

"Um caderninho importante"/ "Documentos aproveitáveis"

"Um caderninho importante"

Tive perdimento
num caderninho importante
Jaziam pensamentos
que jazem ao acaso
Quisera eu ter melhor caligrafia

**

"Documentos aproveitáveis"

Tive encontramento
em documentos aproveitáveis.
Vários registros,
chatos de ler;
porém quinda não têm valor de lixo

sábado, 13 de fevereiro de 2010

"Bundão coitada"/ "O fedourinho"

"Bundão coitada"

Bundão coitada
da tiona
no atobûs.
Falou rangido
com um moço fedorento
que entrou antes com ela
Mão sacolas de tiona bundão coitada
que na novela a vera fischer não usa mochila

**

"O fedourinho"

O fedourinho entrou fedido no atobûs
vem pondo a mão nas coisa
pra não cair
nem esconder as quessílas

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O Cli-cli

não seja como as mulheres, Cli-cli,
não seja como os homens
não seja como os seus semelhantes, Cli-cli,
não seja igual aos seus irmãos
não viaja, Cli-cli, não viaja...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O pastor alemão comeu a cabeça de Leopoldo, o cágado

O pastor alemão comeu a cabeça de Leopoldo, o cágado
Um jaboti era a prima Vanessa de Leopoldo, o cágado
ficavam no quintal
brincavam na terra e comiam boldo

Criança pode tudo

Criança pobre era criada fora da frescura, meu pai falava
elas dormiam com a coeca molhada de água da enxorrada
por isso que elas não pegam nem gripe nem problema psicológico