quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"O Paraíso pré-adãmico teve que durar pouco porque nele nada acontecia"

"O  Paraíso pré-adãmico teve que durar pouco porque nele nada acontecia"

I
O Paraíso teve que durar pouco
porque nele nada acontecia.
Pois bem, que, dando-se conta disso,
Deus quis, e fez,
acontecer alguma coisa qualquer:
sem importância e que não era boa nem má.

E eis que a repercussão disso
não foi nem pouca nem muita:
foi total.

II
Deus havia criado a complexidade do algo.
Deus havia aberto a caixa de pandora,
pois o algo vai por si só;
ou antes: toda repercussão de cada algo
vai por algo
ou por outro novo algo.

III
O Paraíso teve que durar pouco,
porque nele nada acontecia.
Nada de bem,
nem nada de mal
-"Mas, nada de bem,
em pleno paraíso pré-adâmico?!
Que absurdo!"

Pois um absurdo isso não é lá no Tibet
onde a paz e a vibração do nada pleno é o Bem.
E nesse paraíso, onde nada acontecia,
o Algo, e suas repercussões
que Deus criou foi o mal.

IV
Indo o mal por si só
ou antes, indo o Tudo por si só
o Nada tendeu ao não-mais...
E assim,
como trouxe Prometheus o fogo
ao homem e ficou acorrentado,
trouxe também Deus ao homem
seu derradeiro presente.
Trouxe o "não-por-si-só"
trouxe a não-repercussão
trouxe o não-algo
Trouxe o nada de volta
Trouxe o Bem.

E até hoje,
debaixo do teto da Igreja, reside o Bem.
Pra debaixo,
acorremos a buscar o imutável
amparamos em não-algo constante
pra desacompanhar o mundo mutante
que repercute por si só constantemente.

Dentro desse presente olímpico, o templo
vive Deus vivo
ontem hoje e sempre
e é Ele, e não Jesus,
que lá está acorrentado de braços abertos.
E não é a águia
que dos céus enxerga um rato
no chão e está a lhe comer pra sempre o fígado,
mas somos nós,
que dos céus atentamos aos ratos do chão
estando a lhe comer não somente o fígado a Deus,
mas seus testículos e seus pulmões amém
e que é uno com Jesus que se deu não pra nos salvar
mas se deu o próprio Deus para preservar o nada
eternamente

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

"Boáscara"

"Boáscara"

Me ocorreu que o rosto é um filtro
por onde passa o ar que alimenta a minha vida;
Me ocorreu de procurar estar sempre sorrindo,
pra que o ar entre filtrando na minha máscara
pra que a alma se alimente mais na vaibe.