que brevinha!
ficou bundando meus apalpes
a não deixar-me te abraçar direto

"Puberdade"

"Puberdade"

Você é uma mãe,
com rebentos no colo,
os quais não comem nada
há oito meses
nem bebem água.

Vc está tipo vou roubar, vou matar
já está decidido, nem está em questão mais
vou robar vou matar, pelamor
meus filhos estão faminitos.

Passa um acabateiro
cheio de mangas, cheio de frutas
gratis, na beira da estrada
sem proprietário sem dono
vc vai cruzar a estrada pra buscar mas desiste:
ai não passei desodorante, espero a próxima oportunidade
ai vou perder minha carona, espero a próxima oportunidade
ai tou com dor de cabeça, espero a próxima oportunidade
ai tou bêbado, espero a próxima oportunidade
ai fiz cocô hoje e não lavei o cu direito,
espero a próxima oportunidade,
ai vou vomitar, espero a proxima oportunidade,
ai vou acordar cedo amanhã, espero a próxima oportunidade,
minha kerida mamãe,
não tem próxima oportunidade,
não teve oportunidade ontem não vai ter amanhã,
não teve oportunidade mês passado não vai ter mês que vem,
não teve oportunidade semestre passado não vai ter nunca mais.

Você é uma mãe, com rebentos no colo
os quais não comem uma refeição completa, balanceada, orgânica,
fresca, de proveniência certificada, nutritiva,
preparada com respeito, em panelas experiêntes,
há muito mais de oito meses... há anos, os pequeninos, pobrezinhos!
Abundam-se, porém, refeições medíocres se oferecem.

Portas abertas, estabelescimentos, sempre um seu acento vago;

Bandejas inconvenientes
espetadinhas de quitutes insípidos
trafegam orbitandote tanto a te atropelarte desastradamente.

Prateleiras com embalagens sedutoras e conteúdos presumiveis,
debruçam-se da prateleira pro corredor,
do corredor pra calçada,
e da calçada pra-pracima de você.
Ai mãe tou com fome
faço birra
hoje é fim de um mês, começo de outro
mãe tou com fome faço birra!
Você tipo ok, rebento,
come uns doces mesmo então, essas bosta sem vitamina,
cheia de glutamato, de glútem e de agrotoxicos
conservantes, ascórbicos, mas lembre-se sempre
que o negócio é esse que não vem
que o negócio, mas negócio mesmo,
é esse que nunca vem.
Eca, mamae, pensando bem, nem quero mais
nem gosto tanto de tanto açucar mesmo,
e me sinto mal estares depois, de todos os tipos.
Compreendes, prole, agora,
que passa-se ate que bem, fome,
em lugar de comer esses tranquera?
aliás olhem lá, notem que baixaria...
como bêbada, vomitando, cagando nas calças,
mas tentando cruzar a estrada pra comer umas frutinhas podres caidas no chão....

"Embrulho pelados"

Suave é sua pele
que adoro apalpar muito
suave é a roçadinha que gosto
de dar com os pelos do meu torso
na lateral do seu corpinho inteiro
quando te embrulho pelados

"Bolinha verde"

dorme tesourinho...

vejo sua bolinha

verde se me der senvergonhice,

mas a principio, não perca

o bonde do sono

se vier