segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Para compreender como é botado em prática o "liberalismo",
reflita brincando,
que condições seriam necessárias
pra implementar um harém misto
onde vc e seus bisnetos encontrarão
eternamente com a mesma idade
os jovens q vc e seus bizos vieram lá depositando!
O "Liberalismo" é um harém misto
no qual vc deposita seus jovenzinhos e já era:
vai encontrá-los lá eternamente com a mesma idade!

Certas coisas não são transportáveis através do tempo.
Porque ninguém guarda dinheiro no cofre?

Mais inalienável do que o direito à dignidade dos pobres,
é o sagrado direito dos seus bisnetos
de eternamente reencontrarem com a mesma idade
os jovens que vc deposita no harém misto.

O capital (construído neste sistema sem lastro)
é uma montanha de açúcar debaixo de chuva.
Custe o que custar, doa quem doer,
é seu direito sagrado
reencontrar a montanha de açúcar sempre intacta
tantos anos depois quanto quiser,
e as gerações futuras que lha restituam.
____
E, sim, foi necessário substituir capital por seres humanos.
Agora pensa em como botar em funcionamento um harém desses,
e entenderá como é botado em prática o liberalismo financeiro.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

"Só quero proteger meu patrimônio da inflação ao longo dos anos"
Ora, se existe a inflação,
já quer dizer que o capital não se preserva no tempo tal qual o mundo tangível.

É uma falsa analogia convenientemente importada do mundo visível,
mas o intemperismo do capital é diferente do atmosférico.

Sinto muito,
sei q vc deu duro pra juntar seu patrimônio
(igualzinho à qualquer um que assiste o filho ir dormir sem janta)
mas seu patrimônio,
conquistado assim NESTE sistema,
é um castelo de água:
só para em pé enquanto o ar-condicionado for mantido no último.

E dá-lhe ar-condicionado......

*****

Nosso mundo é baseado na conveniente premissa de que o capital sem lastro pode ser preservado através do tempo,

tal qual uma montanha que resiste aos séculos de intemperismo atmosférico.

Bonita analogia, parece fazer sentido. Parece inofensiva.

A premisssa de que "é justo" que os juros reponham o que foi erodido pelo tempo, pela inflação.

mas a própria existência da inflação já demonstra que o capital não se preserva como o mundo material sua física não é newtoniana.

A erosão do tempo é mais inexorável com o capital.
A analogia é um engodo, os homens de bens chafurdam na intelectualidade liberal, mas parecem não querer chegar tão fundo de notar a perversidade contida na usura - milenarmente, aliás, vetada nas escrituras sagradas.

A conta não fecha, o sangue escorre, pra que os castelos de água permaneçam em pé, enquanto o planeta é fumado como um cigarro infinito.